Quem nunca ouviu o termo, “vamos tirar a prova dos nove”? Recordo-me de minha mãe dizendo que eu deveria “tirar” a prova dos nove ao término de qualquer uma das quatro operações matemáticas. Mas ao que parece, com o passar dos anos e o fácil acesso às calculadoras eletrônicas, a Prova dos Noves caiu em desuso e o termo “vamos tirar a prova dos nove” se tornou sinônimo de passar algo a limpo, ou verificar se algo está errado.
Certa vez, dentro de uma empresa onde trabalhei, antes de uma reunião que trataria a respeito de um certo impasse com relação ao atendimento a um de nossos clientes, ouvi um colega comentar, ” O Diretor fulano estará lá, agora sim, vamos tirar a prova dos nove.” Naquele instante, percebi que a prova dos nove virara sinônimo para resolução de impasses.
Muito bem, sabemos que a prova dos nove é um método muito antigo, que era usado para verificar erros em problemas aritméticos básicos, tais como, soma, subtração, multiplicação e divisão. Muito antes do advento das calculadoras. Por exemplo, para verificar-se que , pelo método da Prova dos Nove, deve-se ir somando os algarismos do primeiro membro da igualdade e subtraindo 9 sempre que a soma for maior ou igual a 9, faz-se o mesmo para os algarismos do segundo membro e, no final, comparar os resultados obtidos. Para os algarismos dos primeiro e segundo membros, temos:
Comparando os resultados encontrados, como , então a conta está errada.
Esse método funciona para adição, subtração, multiplicação e divisão de números decimais (não apenas inteiros). Considerando que é, aparentemente, um método muito antigo. Mesmo assim, muitos sistemas modernos de verificação de dígitos de cartões de crédito e códigos barras, são baseados em técnicas muito parecidas com a dos Noves Fora.
A Prova dos Noves Fora tem limitações. Ela pode fornecer falsos positivos em algumas circunstancias. Pois este processo é útil para verificar se a conta está errada, porém não garante que a conta esteja correta. Por exemplo, a conta está errada, mas passa pela Prova dos Noves Fora.
Então, porque esse método funciona? Ele é baseado no fato que dado um inteiro, ambos, o inteiro e a soma de seus dígitos sempre terão o mesmo resto quando divididos por 9. Isso é fácil de verificar se olharmos um inteiro qualquer N com três dígitos. Esse inteiro pode ser escrito como
Sendo que , , e são inteiros que estão entre e , inclusive, e é diferente de zero. Separando-se os coeficientes , , e reescrevendo a expressão:
Se dividirmos os dois lados dessa equação por 9, obteremos o mesmo resto para os lados direito e esquerdo pois é divisível por 9. Nada mudará, realmente, se utilizarmos um inteiro maior – teremos apenas mais termos com noves no lado direito da equação acima além de dígitos adicionais.
Em uma linguagem mais técnica, nós dizemos que e a soma de seus dígitos são congruentes módulo 9. Se estivermos adicionando dois inteiros e , então a soma dos dígitos da soma é congruente módulo 9 às somas dos dígitos de e dos dígitos de . Assim, se cometermos qualquer erro ao calcular , é provável que este apareça no resto da divisão por 9. Mas não é sempre que isso acontece.
Autor: Prof. Fábio Matos
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