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Atualidades XVIII (2018) – Rússia – Eleição de Putin, Crimeia, Crise Diplomática e Importância Energética

 (mapa temático e cronologia da crise na crimeia em 2014; fonte: G1) 

 

(texto 1 – G1, dia 5 de março de 2014) 

Entenda a crise na Crimeia 

Região ucraniana pró-Rússia é alvo de disputa entre Kiev e Moscou.

Putin autorizou ação militar; Ocidente pede recuo e impõe sanções.

A região ucraniana da Crimeia está sob disputa desde que foi praticamente anexada pela Rússia, sob protestos das potências ocidentais – e da própria Ucrânia, até então dona do território. A tensão começou na Península do Mar Negro quando protestos derrubaram Viktor Yanukovich, o até então presidente ucraniano, em fevereiro. Aproveitando o vazio de governo, as autoridades da Crimeia, região de maioria russa, propuseram um referendo interno no território, perguntando aos habitantes se eles estariam dispostos a se juntar à Rússia.

O resultado, um apoio esmagador à anexação, deu a legitimidade que o governo de Vladimir Putin queria para poder anexar completamente o território. Dois dias depois do referendo, o presidente russo fez um discurso em que reconheceu a soberania do território ucraniano, dizendo que a Crimeia ‘sempre foi e sempre será parte da Rússia’

O que é a Crimeia? 

A Crimeia é uma república autônoma da Ucrânia, localizada em uma península no Mar Negro. A região já pertenceu à Rússia, e foi anexada pela Ucrânia em 1954 – o então líder soviético Nikita Khrushchev, que era de origem ucraniana, deu a região como presente. Diferente do resto da Ucrânia, a maioria da população na região é de origem russa.

Como teve início a crise na região? 

No final de 2013, o então presidente ucraniano Viktor Yanukovich desistiu de assinar um tratado de livre-comércio com a União Europeia, preferindo estreitar relações comerciais com a Rússia. A decisão deu origem a protestos massivos, que resultaram, em fevereiro, na destituição de Yanukovich, que fugiu para a Rússia.

Na Crimeia, de maioria russa, o parlamento local foi dominado por um comando pró-Rússia, que nomeou Sergei Axionov como premiê. Esse novo governo, considerado ilegal pela Ucrânia, aprovou sua adesão à Federação Russa e a realização de um referendo sobre o status da região no dia 16 de março. Posteriormente, o Parlamento se declarou independente da Ucrânia – sendo apoiado por russos e criticado por ucranianos.

[….]

Qual o interesse russo na Crimeia? 

Para muitos russos, a Crimeia e sua “Cidade Heroica” de Sebastopol, da era soviética, sitiada pelos invasores nazistas, têm uma ressonância emocional muito forte, por já ter sido parte do país e ainda ter a maioria de sua população de origem russa.

A península fica em uma área estratégica do Mar Negro, muito próxima do sudoeste da Rússia. A maior parte da frota russa no Mar Negro está na Crimeia, com um quartel-general na cidade ucraniana de Sebastopol.

Para a Ucrânia, independente da Rússia desde o colapso da União Soviética em 1991 e em meio a uma crise econômica, a perda da Crimeia seria um enorme golpe.

[…]

 

Questão 1 

Sobre o conflito entre os governos da Rússia e da Ucrânia em torno da Crimeia, assinale a alternativa correta.

a) As dissensões entre Rússia e Ucrânia iniciaram-se com a decisão do governo ucraniano de Viktor Yanukovich de estreitar os laços com a União Europeia e romper com Putin. Tal decisão foi rejeitada pela população de fala ucraniana, que preferia manter vínculos com a Rússia e negava qualquer aproximação com o bloco europeu.

b) Durante as tensões, a população da Crimeia, em referendo, negou a anexação à Rússia e exigiu a destituição do até então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich.

c) Por conta do conflito, a região da Crimeia separou-se da Rússia e voltou a fazer parte do território ucraniano, retomando a situação vigente na região antes de 1954.

d) Com a destituição de Viktor Yanukovich, a população da Crimeia (de origem predominantemente russa) aprovou, em referendo, a anexação à Rússia. Os russos, que cobiçavam a Península por conta de sua importância simbólica e estratégica, garantiram então sua anexação.

e) Defendendo o princípio da autodeterminação dos povos, os países ocidentais apoiaram a anexação russa da Crimeia, uma vez que sua população é de origem russa e a Península fazia parte, antigamente, do próprio território da Rússia.

 

(texto 2 – espionagem na Guerra Fria; site infoescola: https://www.infoescola.com/atualidades/espionagem/) 

Espionagem é o nome que se dá ao ato de colher clandestinamente informações sigilosas de posse de um governo, entidade ou indivíduo sem a permissão do titular da informação. Trata-se de uma prática ilegal e punível por lei. O termo “espionagem” vem da palavra francesa “espionner“, que significa “espionar”, e do italiano clássico “spione”.

Presente em praticamente todos os períodos da história, a espionagem talvez tenha atingido seu ápice durante a chamada “Guerra Fria”, travada entre EUAe a antiga União Soviética. Num cenário onde as duas grandes potências não entravam diretamente em um conflito armado, a guerra era travada principalmente através da diplomacia, influência de países terceiros e, principalmente, da coleta clandestina de dados sobre as condições das forças do inimigo. Os serviços de inteligência de ambos (KGB, pela União Soviética e CIA, pelos Estados Unidos) recrutavam e treinavam agentes de modo voraz, na esperança de colher o máximo de dados possíveis sobre o seu oponente.

 

(texto 3 – Folha de são Paulo, 5 de março de 2018) 

O misterioso caso do ex-espião russo em estado crítico após contato com ‘substância desconhecida’ na Inglaterra 

Serguei Skripal foi condenado por Moscou após revelar ser agente duplo para britânicos

O adoecimento de um espião russo aposentado tem alimentado especulações sobre um possível novo caso de envenenamento de ex-agentes secretos em solo britânico.

No domingo, um homem e uma mulher de 33 anos foram levados às pressas para um hospital na Inglaterra, onde estão em estado grave. Eles foram encontrados inconscientes sobre um banco no centro comercial de Salisbury, no sul da Inglaterra, depois de terem sido expostos a uma substância tóxica desconhecida.

O homem foi identificado como Serguei Skripal, de 66 anos, cidadão russo condenado a 13 anos de prisão por “alta traição na forma de espionagem”, em 2006, por ter colaborado com o Reino Unido. A mulher é a filha dele, Yulia Skripal.

Segundo os russos, Skripal recebeu US$ 100 mil do MI6, o serviço secreto britânico, para repassar informações aos britânicos. Coronel aposentado, Skripal trabalhou para o Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU, na sigla em russo) e foi acusado de fornecer ao MI6 a identidade de espiões russos que trabalhavam em solo europeu.

O Serviço Federal de Segurança russo (FSB) o acusou de ter começado a trabalhar para os britânicos ainda quando servia o Exército, nos anos 1990. Segundo o FSB, ele vendeu informações classificadas como se fossem segredos de Estado.

Skripal declarou-se culpado e colaborou com a investigação, de acordo com relatórios da época.

Em 2010, depois de receber perdão do então presidente Dmitry Dedvedev, Skripal foi um dos protagonistas do que se acredita ser a maior troca de espiões entre russos e americanos, pós-Guerra Fria.

Ele era um dos quatro prisioneiros que Moscou trocou em 2010 por dez cidadãos russos que estavam detidos nos EUA e admitiram ser espiões. Dos EUA, Skripal voou para o Reino Unido, onde passou a viver uma vida aparentemente discreta.

[….]

 

Questão 2 

Relacione as informações do texto 2 com as do texto 3 e assinale a alternativa ERRADA.

a) Segundo o governo russo, Skripal foi um agente duplo que, apesar de estar a serviço da Rússia, ofereceu, ao serviço secreto britânico, informações a respeito das identidades de outros espiões russos que trabalhavam na Europa.

b) Se as acusações do governo britânico estiverem corretas, podemos afirmar que Skripal foi envenenado por meio de uma ação do governo russo que, depois de libertar o agente duplo, resolveu assassiná-lo na Grã-Bretanha, onde ele está vivendo há mais de 7 anos.

c) O caso de Skripal – assim como o de vários outros espiões russos em países ocidentais – mostra que as práticas de espionagem da época da Guerra Fria repercutem ainda hoje – muito embora com outras intenções.

d) Skripal era um agente russo que, desde a Guerra Fria, prestou serviços para o governo norte-americano, declarando-se agente duplo que, apesar de contratado pela KGB, oferecia informações preciosas sobre a União Soviética à CIA.

e) As práticas de espionagem permeiam a história em diferentes momentos. No entanto, durante a Guerra Fria, a espionagem adquiriu um papel de fundamental relevância. As ações de Skripal, no entanto, transcorreram principalmente no contexto pós-Guerra Fria.

 

(texto 4 – Folha de são Paulo, 18 de março de 2018) 

Putin é reeleito com votação recorde, e fica no poder até 2024 

Eleição presidencial russa tem comparecimento de 67%, dentro da meta traçada pelo Kremlin

Vladimir Putin é reeleito com votação recorde.

A Rússia reelegeu o presidente Vladimir Putin com 76,7% dos votos, um recorde desde o fim da União Soviética em 1991.

Ele ficará até 2024 à frente da segunda maior potência nuclear do planeta, quando completará 25 anos de poder, 4 anos e 4 meses deles como premiê.

A votação foi grandiloquente, com pouco mais de 56 milhões de eleitores apoiando Putin. O comparecimento, maior preocupação do governo em busca de legitimidade para o resultado, ficou em 67,7%, acima dos 65% da eleição de 2012 e dentro da meta traçada pelo Kremlin.

[…]

O pleito apenas referendou uma campanha inexistente, na qual Putin mal apareceu. O processo político russo engessou-se nos últimos anos, o que foi evidenciado no nanismo da oposição.

A eleição também foi marcada por diversas acusações de fraude, mas nada que parecesse decisivo para o resultado.

Putin celebrou a vitória subindo ao palco do evento que celebrava o quarto aniversário da anexação da Crimeia da Ucrânia. “Essa vitória é um sinal de confiança e de esperança”, disse antes de puxar o coro “Rússia, Rússia, Rússia!” da plateia sob um frio de oito graus negativos.

A reabsorção do território, que fora russo até 1954, ajudou a dar a Putin popularidade acima de 80% com sua imagem de defensor dos interesses nacionais. Na Crimeia, Putin teve 90% dos votos.

O evento é tão central para o grupo no poder que o Parlamento atrasou a data da eleição em uma semana para que coincidisse com a celebração.

Putin também assoprou. Em entrevista, afirmou que está aberto para conversar com Londres sobre a crise envolvendo o envenenamento do ex-agente duplo Serguei Skripal e sua filha em uma cidade inglesa.

[…]

 

Questão 3 

De acordo com as informações do texto acima (texto 4), assinale a alternativa ERRADA.

a) Com forte apoio dos eleitores, Vladimir Putin venceu as eleições para presidente na Rússia e, com isso, ficará no poder até 2024, completando 25 anos de influência constante sobre o governo daquele país.

b) Em parte, a vitória inquestionável de Putin se deve à pequena relevância de seus opositores, que concorreram com um presidente forte que praticamente não se deu ao trabalho de organizar uma campanha assertiva.

c) Ao que tudo indica, a ocorrência de fraudes na eleição foi a responsável pela vitória do presidente. Por isso, os partidos de oposição da Rússia entraram com uma ação junto à Justiça tentando impugnar o pleito e suspender a realização da Copa – prevista para começar em junho deste ano naquele país.

d) A vitória de Putin na eleição coincidiu com a comemoração dos 4 anos de anexação da Crimeia, acontecimento que conferiu ao presidente uma grande apoio da população.

e) A população da Crimeia (território anexado pela Rússia em 2014 e cuja população é predominantemente russa) mostrou-se satisfeita com o governo de Putin, oferecendo a ele cerca de 90% dos votos válidos.

 

(texto 5 – Folha de são Paulo, 26.março de 2018) 

EUA, Canadá, Austrália e 20 países da Europa expulsam diplomatas russos 

Medida é tomada em reação ao envenenamento de ex-espião no Reino Unido

Governos de 23 países, entre eles os EUA e diversos europeus, anunciaram nesta segunda-feira (26) a expulsão de diplomatas russos em retaliação ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido no início do mês.

A decisão enuncia uma das piores crises diplomáticas de Moscou com potências ocidentais neste século.

O presidente Donald Trump afirmou que vai expulsar 60 diplomatas que Washington considera espiões, o maior contingente russo a sofrer a sanção nos EUA desde 2001.

Também decidiu fechar o consulado russo em Seattle, no estado de Washington (noroeste), que abriga bases militares e fábricas da Boeing, principal fabricante americana de aviões civis e militares e de armas como mísseis.

Entre os expulsos estão 48 da embaixada na capital americana e 12 que atuam na ONU —que, tecnicamente, não é território americano, embora fique em Nova York e os diplomatas vivam ali.

A União Europeia confirmou que 16 países haviam decidido expulsar diplomatas russos e que medidas adicionais não estão descartadas.

A medida marca uma escalada incomum nos atritos entre Moscou e os governos europeus, normalmente comedidos diante da pressão que os russos exercem por deter parcela crucial do fornecimento de gás ao continente —40% do combustível consumido ali vêm da estatal russa Gazprom.

Reagiram ainda o Canadá, a Austrália, a Macedônia, a Noruega, a Albânia e a Ucrânia, cuja relação com a Rússia está desgastada desde a anexação da Crimeia, em 2014, e que expulsou 13 diplomatas.

As ações atendem a um pedido da primeira-ministra britânica, Theresa May, na semana passada, para que outros países se unissem à decisão de Londres de expulsar 23 diplomatas que alega serem espiões disfarçados.

O Reino Unido culpa a Rússia pelo envenenamento de Skripal e sua filha, Iulia, em Salisbury, na Inglaterra, com o agente neurotóxico Novitchok, de produção russa. Ambos estão internados e terão sequelas permanentes.

“O ataque contra nosso aliado, o Reino Unido, põe muitas vidas inocentes em risco e resultou em danos sérios a três pessoas, entre elas um policial”, disse nota do Departamento de Estado americano.

ESCALADA 

O presidente russo, Vladimir Putin, chamou a acusação de ridícula. O Kremlin afirma que as expulsões são um erro e que Putin decidirá como reagir, com base no princípio da reciprocidade —no caso britânico, os russos já haviam expulsado diplomatas.

Em nota nesta segunda, o Ministério das Relações Exteriores russo qualificou a ação conjunta como provocativa e disse que ela inflará tensões.

O embaixador russo nos EUA afirmou que Trump está “destruindo o pouco que sobrou” da relação bilateral. A embaixada indagava em enquete online qual consulado americano deveria fechar.

Mapa – gasodutos Rússia/Europa

 

Infográfico – fonte: folha de são Paulo, 26 de março de 2018

 

Questão 4 

Relacione os dados do infográfico e do mapa acima com as informações do texto 5. Agora, analise com atenção as informações abaixo e, depois, assinale a alternativa correta.

I- Não obstante a nítida dependência energética em relação à Rússia, inúmeros países daquele continente resolveram retaliar o governo russo expulsando diplomatas daquele país.

II- Cerca de 40% do gás consumido na Europa provém da Rússia e é enviado aos países europeus por meio de gasodutos controlados pela Gazprom, poderosa estatal energética russa.

III- Os países da Europa Ocidental resolveram retaliar o governo russo porque, assim como na época da Guerra Fria, ainda hoje a Rússia vive um imenso isolamento comercial

e só consegue oferecer recursos energéticos aos países do Leste europeu – antigos aliados da União Soviética.

IV – O caso da expulsão de diplomatas russos na Europa denota a tímida influência do governo britânico sobre os demais países do continente. Isso porque, desde o Brexit, o Reino Unido não conseguiu se recuperar do isolamento diplomático naquele continente e não é capaz de exercer nenhuma espécie de atuação política sobre os membros do bloco econômico europeu.

V- O Kremlin condenou as expulsões dos diplomatas russos e prometeu retaliar por meio do exercício da reciprocidade.

VI- A crise diplomática mencionada no texto acima revela tensões que suscitam comparações com a época da Guerra Fria. Isso porque os atritos atuais envolvem, de um lado, a Rússia e, do outro, países ocidentais que pertenciam ao bloco capitalista e eram rivais da União Soviética.

VII – Lembranças da Guerra Fria estão absolutamente descartadas na crise atual. Isso porque as tensões mencionadas acima se referem exclusivamente aos interesses econômicos em torno das jazidas de fontes energéticas da Rússia e nada têm a ver com possíveis espionagens e disputas no campo diplomático.

As únicas alternativas corretas são:

a) I, II, V e VI.

b) II, IV e VII.

c) I, V, VI e VII.

d) I, II, IV e VI.

e) II, V, VI e VII.


Autor: Eduardo Gramani Hipolide

Neste blog, o Professor Eduardo traz à baila assuntos com alta probabilidade de cair nos ENEM, principais vestibulares e concursos públicos, sendo que, desde 2014, vem esmiuçando as tendências dos principais meios de notícia impressa para trazer, “de mão beijada” as questões de atualidades dos próximos certames, bem como possíveis temas de redação.

 

 

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