(Texto 1 – Site Guia do estudante: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/revolucao-islamica-resumo/; 16 maio de 2017)
Revolução Islâmica – resumo
Apoio do ocidente No decorrer do século XX, o Irã foi aliado das nações ocidentais. No início do século XX, os britânicos exploravam a maior parte do petróleo do país. Uma crise política em 1951, dividiu o governo iraniano, liderado pelo xá Reza Pahlevi. Confrontando o poder do xá, o primeiro-ministro Mohammad Mussadeq estatizou as companhias petrolíferas estrangeiras. Sob pressão, Pahlevi deixa o país, mas volta em 1953, com apoio dos EUA, e dá um golpe de Estado. O episódio tornou o Irã no maior aliado dos norte-americanos no Oriente Médio.
A revolução Insatisfeitos com a crescente corrupção, a crise econômica que assolava o país, a repressão política e as reformas pró-Ocidente, esquerdistas, liberais e muçulmanos tradicionalistas uniram-se ao aiatolá Khomeini para derrubar o governo do xá Reza Pahlevi. As manifestações contra o governo começaram em 1978. No início de 1979, o xá não resistiu à pressão da população e fugiu do país. Os iranianos votaram, em plebiscito, no sistema presidencialista de governo. Em 1º de abril, o Irã foi oficialmente declarado uma República Islâmica, tendo como líder máximo o aiatolá Khomeini.
Moderados no poder Após a morte de Khomeini, em 1989, os moderados mantiveram-se no poder por 16 anos, até a eleição do conservador Mahmoud Ahmadinejad, em 2005. Radical defensor dos valores nacionalistas da Revolução Islâmica, Ahmadinejad é contrário à aproximação com o Ocidente.
República Islâmica É aquela cujo governo é dividido entre o poder secular (laico) e o religioso – no caso do Irã, mulçumano e xiita. Pela Constituição de 1979, a República Islâmica do Irã é presidencialista – ou seja, tem um presidente, eleito por voto universal e responsável pela coordenação das políticas governamentais. O líder supremo, entretanto, é um aiatolá (um alto sacerdote da religião mulçumana), que está acima do presidente e comanda os assuntos estratégicos. Ele controla as Forças Armadas, o Poder Judiciário, parte do Legislativo e a hierarquia religiosa no país.
(Texto 2 – Folha de São Paulo, 18 de setembro de 2009)
Polícia dispersa com violência protestos da oposição no Irã
As forças de segurança do Irã entraram em confronto com apoiadores do líder da oposição reformista, Mir Hossein Mousavi, e prenderam ao menos dez pessoas durante uma manifestação anual pró-palestinos no centro da capital iraniana, Teerã.
Segundo testemunhas, partidários da oposição iraniana, entre eles o ex-presidente Mohammad Khatami, foram agredidos nesta sexta-feira por partidários do regime.
A violência que marcou os protestos contra fraude na reeleição de Ahmadinejad em junho passado voltou às ruas de Teerã durante o “Dia de Jerusalém” –decretado pelo aiatolá Ruhola Khomeini, para protestar contra a ocupação dos
territórios palestinos e os crimes do regime israelense, no início da Revolução Islâmica, em 1979.
[…]
Os manifestantes com os distintivos verdes do movimento reformista foram dispersados com gás lacrimogêneo e cassetetes, para impedir que continuassem os protestos.
[…]
As autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Ali Khamenei, alertou a oposição para que não utilizasse a manifestação anti-Israel como protesto político contra o governo. Apesar do alerta, os líderes da oposição afirmaram que iriam à manifestação.
Reeleição
O ultraconservador Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.
A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos. A oposição fala em 69 vítimas.
[…]
Questão 1
A respeito dos fatos aos quais os textos 1 e 2 se referem, assinale a alternativa ERRADA.
a) O sistema de governo criado por ocasião da Revolução Islâmica de 1979 é um presidencialismo com fortes influências religiosas. Isso porque conta com um presidente, mas seu líder máximo é o aiatolá.
b) O Irã rompeu com o Ocidente por meio da Revolução Islâmica. No entanto, durante os anos 1990 e os do início dos anos 2000, o país ficou sob comando de governos considerados “reformistas”. Em 2005, com a eleição de Mahmoud Ahmadinejad, iniciou-se um período de recrudescimento nacionalista, no qual a postura contrária ao Ocidente se tornou mais assertiva.
c) Os protestos de 2009 foram contra as denúncias de fraudes nas eleições que recolocaram Amadinejad na presidência do Irã. Tais manifestações ficaram conhecidas como “Movimento Verde”. Isso porque tal cor, na campanha eleitoral, identificava os reformistas então derrotados.
d) Como os protestos contra as fraudes ocorreram numa data que a República Islâmica considera contra Israel, a reação das forças governamentais foi praticamente nula – o que mostra que o regime iraniano é menos fechado do que se imagina.
e) No sistema de governo iraniano, os aiatolás desfrutam de muitas prerrogativas, uma vez que estão acima dos presidentes e controlam as Forças Armadas e o Poder Judiciário – além de exercerem influência sobre o Legislativo.
(Texto 3 – Site g1; 14 de julho de 2015)
Entenda a importância do acordo nuclear com o Irã
Irã e seis potências fecharam acordo nuclear nesta terça em Viena.
Obama disse que plano não é baseado em confiança, mas em verificação.
O Irã e as grandes potências conseguiram concluir nesta terça-feira (14) um acordo histórico em Viena, na Áustria, para limitar o programa nuclear iraniano e impedir que o país desenvolva uma bomba atômica.
Embora ainda não se saiba o conteúdo detalhado do texto, as agências de notícias informam que, entre outras medidas, o Irã permitirá o acesso de inspetores às agências nucleares, em troca da suspensão das sanções internacionais. E o país continuará submetido a um embargo no comércio de armas por pelo menos cinco anos.
A aplicação das medidas do pacto será dividida em três etapas: uma preliminar, uma operacional e outra executiva.
Os chefes da diplomacia do Irã e do grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) se reuniam há 17 dias no palácio de Coburg da capital austríaca. O acordo, que o presidente americano, Barack Obama, perseguiu como um dos grandes objetivos de sua presidência, encerra 20 meses, no total, de negociações.
Entenda por que o acordo é importante:
Potências terão alguma garantia de que Irã não fabricará armas atômicas
O principal objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano não tenha um caráter militar e seja exclusivamente pacífico, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país.
[…]
Sanções econômicas contra o Irã serão abolidas
O documento final entre Teerã e as grandes potências prevê a eliminação de todas as sanções internacionais contra o Irã, que também sairá da lista de países sancionados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
[…]
As agências de notícias informam que o país vai continuar submetido a um embargo no comércio de armas por pelo menos cinco anos e sanções contra mísseis por oito anos.
Questão 2
A respeito do acordo nuclear com o Irã é correto afirmar.
a) Uma das cláusulas do acordo impõe o fim de todos os programas nucleares que o país vem desenvolvendo.
b) Já em sua etapa preliminar, o acordo prevê a suspensão de todas as sanções comerciais contra o Irã – incluindo as relativas ao comércio de armas.
c) Ele prevê a suspensão de muitas sanções econômicas contra o Irã em troca do compromisso daquele país com a abertura às inspeções nucleares.
d) O acordo é de aplicação imediata e, na comunidade internacional, envolveu apenas os Estados Unidos.
e) As negociação possuem um caráter unilateral, uma vez que levam em conta apenas os interesses norte-americanos.
(Texto 4 – Folha de São Paulo, 1º De janeiro de 2018)
Maior onda de protestos no Irã em nove anos deixa ao menos 13 mortos
Nos episódios mais violentos desde que tiveram início os protestos no Irã contra o governo de Hasan Rowhani, na última quinta (28), pelo menos dez pessoas morreram na noite de domingo (31), em duas cidades do país.
Segundo fontes oficiais, são 13 as mortes registradas nos últimos cinco dias –entre elas, a de um policial. Cerca de 200 pessoas também foram presas nesta que é a maior onda de manifestações no Irã desde 2009, quando milhões protestaram contra a reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Agora, foram as altas taxas de desemprego e inflação, além da corrupção, que levaram os iranianos às ruas.
Os protestos –que não têm liderança clara – começaram em Mashhad (nordeste), reduto conservador, incentivados por religiosos contrários ao moderado Rowhani.
Nos dias seguintes, eles se estenderam a outras cidades, inclusive a capital, Teerã, e os manifestantes se voltaram também contra o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, erguendo faixas com dizeres “Morte ao ditador!” e “Abaixo à República Islâmica”.
Fora do país, o levante tem sido estimulado por líderes contrários a Teerã, como o presidente americano, Donald Trump, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
[….]
O governo iraniano, que tinha proibido as redes de TV de exibirem os protestos, contra-atacou. Rowhani disse que Trump, que chama os iranianos de terroristas, não tem por que simpatizar com seu país.
[…]
Para especialistas, é clara a decepção de parte da população com o fato de a vida no país não ter melhorado mesmo após o acordo feito com potências em 2015, que afrouxou as sanções.
Segundo dados oficiais, a taxa de desemprego subiu de 10,4% em 2008 para 12,5% em 2017, a inflação está hoje em 11,8%.
(texto 5 – folha de são Paulo, 3 de janeiro de 2018)
Trabalhadores são protagonistas de protestos no Irã, diz pesquisador
Um fator-chave para a análise dos protestos no Irã não é a mensagem, mas a identidade dos mensageiros, diz o pesquisador americano-iraniano Esfandyar Batmanghelidj.
“Parece haver um consenso de que o principal grupo, e aquele que deu início às manifestações, é a classe trabalhadora”, afirma. Nos protestos de 2009, quando milhões foram às ruas, era a classe média a engrossar as fileiras.
[…]
Os atos começaram com uma agenda econômica (a taxa oficial de desemprego orbita em torno dos 12% e o poder de compra do cidadão comum é baixo), mas ela foi ampliada para contemplar slogans políticos. “Todo mundo está passando por um momento ruim, mas a porção mais afetada é a dos trabalhadores”, afirma o pesquisador.
“Eles não enxergam nenhuma melhora em sua mobilidade social e não conseguem ascender à classe média, o que é sua aspiração.”
Questão 3
Relacione as informações dos textos 4 e 5 e assinale a alternativa ERRADA.
a) Os protestos de 2009 escancararam as suspeitas de fraudes nas eleições, enquanto que as manifestações mais recentes deixaram claro o fracasso dos acordos nucleares na resolução dos problemas sociais mais agudos do Irã.
b) Os protestos mais recentes surgiram em um reduto religioso, mas se espalharam por outras regiões e chegaram mesmo a questionar a própria República Islâmica, dominada pelos aiatolás.
c) Enquanto as manifestações de 2009 tratavam fundamentalmente das fraudes nas eleições, as da passagem de 2017 para 2018 possuem razões mais profundas – que têm a ver com a falta de oportunidades para a população mais pobre.
d) Mesmo com a melhoria nas condições de vida da população – em razão do fim das sanções ao Irã -, a população de classe média foi às ruas exigir mais liberdade e o fim do reformismo que pauta o governo de Rowhani.
e) Segundo o autor do texto 5, as manifestações mais recentes foram um fenômeno eminentemente popular (da classe trabalhadora), enquanto que as de 2009 possuíam uma agenda mais de acordo com os interesses da classe média.
Questão 4
Analise atentamente as charges abaixo, relacione-as com as informações dos textos e assinale a alternativa ERRADA.
a) A charge 3 se refere, em parte, às informações contidas no texto 1. Isso porque ela enfatiza a supremacia do líder religioso (aiatolá) no sistema representativo do Irã, enquanto o texto afirma que, naquele país, os presidentes são eleitos pelo voto popular, mas os aiatolás controlam boa parte do poder.
b) O texto 3 se refere ao acordo nuclear do Irã sem enfatizar juízos de valor e críticas à postura de Teerã; já a charge 1 coloca em suspeição as verdadeiras intenções do Irã ao selar o acordo com os agentes da comunidade internacional envolvidos.
c) A charge 2 se refere às manifestações de 2009 (texto 2), pois se refere às possíveis fraudes no pleito daquele ano e coloca o verde, cor da campanha derrotada, em destaque.
d) A charge 1 se relaciona com o conteúdo do texto 3, uma vez que trata também do acordo que o Irã fez com outras nações da comunidade internacional em torno das questões nucleares.
e) Todas as charges se referem ao mesmo problema, mas não estabelecem relações fundamentais com os textos.
Autor: Eduardo Gramani Hipolide
Neste blog, o Professor Eduardo traz à baila assuntos com alta probabilidade de cair nos ENEM, principais vestibulares e concursos públicos, sendo que, desde 2014, vem esmiuçando as tendências dos principais meios de notícia impressa para trazer, “de mão beijada” as questões de atualidades dos próximos certames, bem como possíveis temas de redação.
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