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Atualidades XXI (2018) – Cuba – Rupturas ou Continuidade

Raul Castro, à direita, renuncia a presidência de Cuba, em 18 de Abril de 2018, e assume Miguel Díaz-Canel, à esquerda.

 

 (texto 1 – carta capital, 26 de novembro de 2016)

Morre Fidel Castro, ícone da esquerda latino-americana 

Morto aos 90 anos, líder da Revolução Cubana viu o colapso soviético, 11 presidentes americanos e a reaproximação entre a ilha e os EUA

 

Lenda da esquerda latino-americana, Fidel Castro morreu no fim da noite de sexta-feira 25 – informou seu irmão e atual presidente de Cuba, Raúl Castro.

Fidel foi o líder histórico da revolução cubana, que, mais de cinco décadas depois de seu triunfo, sobrevive como um dos últimos regimes comunistas do mundo.

Único nome ainda vivo dos grandes protagonistas da Guerra Fria, Fidel encarnou o símbolo do desafio a Washington: o guerrilheiro de barba e uniforme verde-oliva, que fez uma revolução socialista, marxista-leninista, a apenas 150 km do litoral dos Estados Unidos.

Fidel governou por 48 anos a ilha, mas continuou sendo o líder máximo e guia ideológico da revolução mesmo quando, doente, delegou o poder a seu irmão Raúl, cinco anos mais velho, em 31 de julho de 2006.

No dia 1 de janeiro de 1959, Fidel Castro, à frente de um exército de “barbudos”, derrotou o ditador Fulgêncio Batista, após 25 meses de luta nas montanhas de Sierra Maestra. Este dia foi o começo de um pesadelo para Washington e uma era de polarização na América Latina.

Em seu comando, Cuba participou do momento mais quente da Guerra Fria, converteu-se em santuário da esquerda – inspiração e sustentação de grupos armados que enfrentaram regimes de direita e sangrentas ditaduras – na época financiadas pelos Estados Unidos, em seu afã de frear o avanço do comunismo.

[…]

 

Questão 1

De acordo com as informações do texto acima (texto 1), podemos afirmar:

a) Fidel Castro subiu ao poder por meio de eleições abertas e diretas cujos resultados fizeram com que o novo governo mantivesse os vínculos com o governo anterior (de Fulgêncio Batista).

b) A revolução cubana em nada alterou os vínculos da ilha caribenha com os Estados Unidos.

c) Os “barbudos” de Sierra Maestra tomaram o poder em Cuba em 1959, derrubando Fulgêncio Batista da presidência e, depois, rivalizando com a potência norte-americana (Estados Unidos).

d) A revolução cubana de 1959 acabou com a ditadura de Fulgêncio Batista, mas manteve suas relações com os Estados Unidos e, portanto, nada teve a ver com o contexto da Guerra Fria.

e) A revolução liderada por Fidel Castro foi um fenômeno isolado na América Latina, uma vez que não exerceu nenhuma influência sobre o resto do subcontinente.

 

 

(texto 2 – G1, 17 de dezembro de 2014)

Obama e Raúl Castro anunciam retomada das relações entre Cuba e EUA 

 

Barack Obama e Raul Castro em jogo de Baseball – Cuba 22/03/2016.

 

[…]Obama diz que espera que Congresso levante embargo à ilha.

Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram nesta quarta-feira (17) o restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Cuba. O embargo comercial ao país caribenho, no entanto, permanecerá.

[…]

Os EUA anunciaram as seguintes medidas:

– restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países;

– facilitar viagens de americanos a Cuba;

– autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba;

– autorização para norte-americanos importarem bens de até US$ 400 de Cuba;

– início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.

As medidas incluem ações práticas como o restabelecimento de uma embaixada americana em Havana e a revisão da designação dada pelos EUA a Cuba de “Estado que patrocina o terrorismo”.

Obama também disse que espera um debate sério do Congresso norte-americano para que levante o embargo que o país mantém a Cuba, que proíbe a maioria das trocas comerciais. Os dois países não se relacionavam desde 1962 – mantendo apenas seções de interesse de nível menor desde 1977 em suas respectivas capitais.

Obama disse que a normalização das relações com Cuba encerram uma “abordagem antiquada” da política externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse que a política “rígida” dos EUA em relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto.

[…]

Em Havana, Raúl Castro confirmou o restabelecimento de relações diplomáticas e disse que quer restabelecer os vínculos especialmente no que se refere a viagens, correio postal direto e telecomunicações.

“Exorto ao governos dos Estados Unidos a remover os obstáculos que impedem os vínculos entre nossos povos”, disse Castro.

[…]

 

Papel do Vaticano 

Obama e Castro mencionaram o papel do Vaticano e do Papa Francisco em facilitar as negociações históricas entre os dois países. […]

Após o anúncio, Papa Francisco parabenizou os dois países e disse que continuará a apoiar o fortalecimento das relações bilaterais.

[…]

 

Questão 2

Analisando as informações do texto acima (texto 2), depreende-se que:

a) Nos acordos bilaterais entre Cuba e Estados Unidos (dezembro de 2014), ambos os países foram igualmente favorecidos em termos de relações comerciais.

b) Obama e Raúl decidiram estreitar as relações comerciais, mas nada decidiram a respeito dos vínculos diplomáticos entre suas respectivas nações.

c) No acordo entre as duas nações, os Estados Unidos garantiram para si maiores mercados consumidores, mas continuaram acusando Cuba de ser uma nação que promove o terrorismo internacional.

d) O acordo entre Cuba e Estados Unidos sofreu o boicote da Igreja Católica, uma vez que o regime comunista da ilha cubana, sob influência da doutrina marxista-leninista, continua pregando o ateísmo.

e) Obama justificou seus acordos com Cuba afirmando que o rompimento de relações com aquele país teria sido contraproducente; Raúl Castro, por sua vez, manifestou interesses no acordo em razão de suas promessas favoráveis nos setores do turismo e das telecomunicações.

 

(texto 3 – Folha de São Paulo, 16 de junho de 2017)

Trump anuncia que está ‘cancelando’ acordo de Obama com Cuba 

 

Em discurso com fortes ecos da Guerra Fria, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar “cancelando” o acordo de aproximação com Cuba firmado por seu antecessor, Barack Obama, e afirmou que os EUA não vão ficar quietos diante da “opressão comunista”.

“Estou cancelando completamente o acordo de Obama com Cuba”, disse Trump a uma plateia cheia de exilados cubanos, em Miami (Flórida, sul dos EUA). “Ao facilitar as viagens e o comércio com Cuba, o acordo do governo anterior não ajuda o povo cubano, só enriquece o governo, porque os lucros vão diretamente para os militares. O resultado é mais repressão”, disse o republicano.

No discurso, Trump abordou algumas das medidas que foram adiantadas por funcionários da Casa Branca na quinta-feira. A Casa Branca baixou restrições para viagens de americanos a Cuba e a proibição de transações comerciais entre empresas americanas e entidades militares cubanas.

Por entidades militares cubanas entende-se todas as empresas parcialmente controladas ou com participação da Gaesa, que pertence às Forças Armadas Revolucionárias e é presidida pelo genro de Raúl Castro.

Segundo estimativas conservadoras, a Gaesa controla mais de 60\% da economia cubana –incluindo 57 hotéis e o porto de Mariel, em associação com a Odebrecht, supermercados, casas de câmbio, bancos, construtoras, lojas de roupas e outros.

Além disso, deve ficar mais difícil para cidadãos americanos viajarem para Cuba. […]

O governo cubano criticou a “retórica hostil” de Trump ao anunciar as medidas, mas insistiu em sua vontade de continuar o diálogo “respeitoso” com Washington.

[…]

 

EMBAIXADAS ABERTAS 

No entanto, a maior parte do acordo de Obama, firmado em dezembro de 2014, ficou intacta. As relações diplomáticas entre os dois países serão mantidas. As

embaixadas em Washington e Havana seguirão abertas e os EUA continuarão a ter apenas um encarregado de negócios – e não um embaixador – em Cuba.

As remessas e viagens de cubano-americanos tampouco serão afetadas.

[…]

Agressivo, o presidente americano chamou o governo de Raúl Castro de “brutal” e disse que o regime “comete crimes a serviço de uma ideologia depravada”.

[…]

O presidente afirmou ainda que as sanções contra Cuba não serão retiradas até que todos os prisioneiros políticos da Ilha sejam libertados, todos os partidos políticos sejam legalizados e que sejam marcadas eleições livres e com supervisão internacional.

“Vamos restringir fortemente o fluxo de dólares para os militares cubanos e fazer valer o embargo e o veto a turismo “, disse o republicano.

[…]

Em dezembro de 2014, Obama anunciou o acordo de reaproximação entre Cuba e EUA, 53 anos após os dois países terem rompido relações diplomáticas. Oito meses depois, foi reaberta a embaixada americana em Havana, e no final de 2016, pousou na capital cubana o primeiro voo comercial regular entre os dois países.

 

Questão 3

Com relação às informações do texto acima (texto 3) é ERRADO afirmar:

a) ao “cancelar” o acordo feito na época de Obama, Trump pretende atingir os negócios dominados pela Gaesa, consórcio empresarial controlado pelas Forças Armadas Revolucionárias;

b) o então presidente cubano, Raúl Castro, criticou a “retórica hostil” de Trump e mostrou-se favorável à continuação do diálogo com os EUA;

c) principalmente no que se refere às relações diplomáticas, o acordo feito por Obama manteve-se intacto;

d) Trump justiçou o “cancelamento” do acordo com Cuba insistindo na necessidade de acabar com o regime comunista autoritário da ilha caribenha;

e) não obstante suas críticas contra o governo cubano, Trump mostrou-se favorável a manter relações comerciais com a ilha e pretende incentivar o turismo norte-americano naquele país.

 

 

(texto 4 – o estado de são Paulo, 18 de abril de 2018)

Díaz-Canel, o primeiro a presidir Cuba após 59 anos de Castros no poder 

Novo presidente liderará a “alternância de geração” prometida por Raúl, em uma sucessão arquitetada para garantir a sobrevivência do sistema socialista cubano

 

Presidente Miguel Mario Diaz-Canel

HAVANA – Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, entrará nesta quinta-feira, 19, nos livros de história como o primeiro presidente a governar Cuba na era do pós-castrismo.

Discreto, afável e cordial são os adjetivos que costumam acompanhá-lo. Falta dizer se ele será um líder reformista ou apenas dará continuidade ao sistema político castrista.

[…]

Único candidato a se apresentar para suceder Raúl Castro na presidência do país nesta quarta-feira, 18, na Assembleia Nacional de Cuba, Díaz-Canel foi aprovado com louvor pelos 605 deputados, eleitos em março. […] Díaz-Canel poderá governar no máximo por dois mandatos, dez anos, segundo limite imposto por Raúl.

Díaz-Canel não é “um novato nem é um nome improvisado”, como o próprio Raúl fez questão de ressaltar. O primeiro presidente de Cuba sem o sobrenome Castro em 59 anos vai liderar a “alternância de geração” prometida por Raúl, em uma sucessão meticulosamente arquitetada e com o objetivo de garantir a sobrevivência do sistema socialista cubano.

Mesmo sem pertencer à geração que lutou em Sierra Maestra, Díaz-Canel foi educado na ortodoxia comunista e conheceu o socialismo próspero patrocinado pela União Soviética.

[…] Em 1993, Díaz-Canel virou secretário do Partido Comunista em Villa Clara. Se destacou entre os jovens líderes cubanos no período especialmente difícil vivido por Cuba após o fim da União Soviética. […]

Apesar da fama de dirigente aberto e humilde, Díaz-Canel também ficou conhecido como um político linha-dura com comportamentos não permitidos pelo Partido Comunista. Ele exerceu uma perseguição implacável ao mercado paralelo e ao comércio de produtos que não são vendidos legalmente.

 

(texto 5 – O globo, 22 de abril de 2018)

Antigas vitrines, educação e saúde enfrentam crise em Cuba 

População sofre com falta de medicamentos e evasão de professores

[…]

QUEDA DE QUALIDADE 

A falta de medicamentos é um dos mais visíveis problemas sociais que se intensificaram em Cuba nos últimos anos. Os defensores da ditadura castrista — que começou em 1959 com a revolução socialista e viveu na semana passada uma troca de poder, com a saída de Raúl Castro da Presidência e a chegada de Miguel Díaz-Canel — sempre advogaram que a educação e a saúde cubanas estavam entre as melhores do mundo. Para muitos, isso compensaria a falta de liberdade e de representação política. Mas, nos últimos anos, as duas principais vitrines do socialismo caribenho começaram a se deteriorar, ampliando as tensões sociais.

[…] Diversos casos indicam que os dois fatores de orgulho da ilha estão enfrentando uma queda de qualidade que não foi vista nem mesmo no chamado “período especial”, nos anos 1990, quando os cubanos enfrentaram uma forte recessão após o colapso da União Soviética, grande provedora do regime então comandado por Fidel Castro.

[…]

Na educação […] a falta de professores coloca em xeque o ensino público cubano. A meta do governo, de ter no máximo 20 alunos por professor, foi abandonada há tempos. O país hoje tem um déficit de 16 mil docentes. Segundo

levantamento do “El Nuevo Herald” (jornal de Miami publicado em espanhol) — baseado em dados oficiais —, 40 mil profissionais trocaram, na última década, o magistério por carreiras mais rentáveis, principalmente na área de turismo, onde se obtém o CUC, a moeda atrelada ao dólar.

 

Questão 4

Relacione as informações dos dois textos acima (texto 4 e texto 5) e analise as afirmações abaixo.

I- Diáz-Canel é o novo presidente de Cuba e assume o poder com a aprovação clara de Raúl Castro e com o desafio de garantir a sobrevivência do socialismo cubano.

II- Sem o apoio irrestrito do Partido Comunista, Díaz-Canel assumiu a presidência prometendo fazer reformas profundas na economia e na política, incentivando ainda mais o livre mercado e prometendo uma abertura que tem como objetivo claro a criação de uma democracia na ilha caribenha.

III- Um dos desafios do novo presidente cubano será lidar com o desmantelamento dos sistemas de saúde e educação – antigas “vitrines” do socialismo na ilha caribenha.

IV- Se a saúde cubana enfrenta o problema da falta de medicamentos, o sistema de ensino tem de lidar com a evasão de professores que, atraídos por carreiras mais rentáveis, vêm abandonando o magistério nos últimos anos.

V- Díaz-Canel, apesar de não ser da família de Fidel, pertence à mesma geração de revolucionários que lutaram em Sierra Maestra. Por isso, sua escolha é um sinal evidente de que os rumos do governo socialista em Cuba continuarão exatamente os mesmos.

VI- Díaz-Canel ascendeu na hierarquia do Partido Comunista Cubano logo após o desaparecimento da União Soviética e, sendo assim, teve de lidar com as dificuldades enfrentadas em razão do fim do apoio econômico daquela que era a principal potência do mundo socialista.

VII- Não obstante os problemas enfrentados pela saúde e pela educação, estes dois setores vivem hoje, em Cuba, uma situação melhor do que aquela que surgiu na década de 1990 em razão do fim da União Soviética.

Assinale a alternativa que apresenta apenas informações corretas.

a) I, III, IV e VI.

b) II, III, V e VI.

c) Todas.

d) I, IV, VI e VII.

e) I, II, IV e VI.

 

Questão 5

Na charge 1, o navio retratado representa a ONU (Union Nations) e dele saem os gritos de “Suspenda o embargo! Suspenda o embargooooo!!!”. Já na charge 2, temos, no primeiro quadrinho, Donald Trump, na época das eleições, dizendo: “Eu prometo não abrir um hotel em Cuba até sair do governo…”; no segundo quadrinho, o mesmo Trump, já presidente, afirma: “… e agora meus concorrentes também não poderão [abrir um hotel em Cuba]”. Relacione os conteúdos das charges abaixo com as informações dos textos acima e assinale a alternativa correta.

 

CHARGE 1

 

CHARGE 2

 

a) A charge 1 se refere ao embargo que foi suspenso por ocasião do acordo entre Obama e Raúl, mas voltou a existir em razão do “cancelamento” anunciado por Trump.

b) A charge 2 mostra-se a favor do embargo que é criticado na charge 1.

c) A charge 1 faz uma crítica severa ao embargo promovido pelo governo norte-americano; já a charge 2 critica a restrição de oportunidades de investimento na ilha cubana por conta do “cancelamento” do acordo que fora realizado na época de Obama.

d) Ambas as charges questionam o modelo de governo autoritário imposto à população cubana desde a vitória da revolução, em 1959.

e) As duas charges defendem as restrições impostas pelo governo norte-americano ao comércio que os outros países gostariam de realizar com o regime comunista cubano.


Autor: Eduardo Gramani Hipolide

Neste blog, o Professor Eduardo traz à baila assuntos com alta probabilidade de cair nos ENEM, principais vestibulares e concursos públicos, sendo que, desde 2014, vem esmiuçando as tendências dos principais meios de notícia impressa para trazer, “de mão beijada” as questões de atualidades dos próximos certames, bem como possíveis temas de redação.

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