(texto único, excerto1 – folha de são Paulo, 9 de maio de 2018)
Trump anuncia saída dos EUA do acordo nuclear do Irã
Presidente americano diz que documentos mostrados por Israel provam que Teerã mentiu
Introdução
Como funciona o acordo com o Irã
Validade Foi assinado em julho de 2015 por Irã, EUA, Reino Unido, Alemanha, França, China e Rússia, com apoio da ONU, para vigorar entre janeiro de 2016 e 2031
Centrífugas Diminuiu em 2/3 o número de centrífugas de enriquecimento de urânio e obrigou o Irã a reduzir em 98% seu estoque do material, para 300 kg
Combustíveis Impediu o uso de plutônio e limitou o enriquecimento de urânio, dois combustíveis usados em armas nucleares
Inspeções Principais instalações nucleares tiveram seu funcionamento limitado e a Agência Internacional de Energia Atômica* ganhou liberdade para fazer inspeções
Economia Países suspendem a maior parte das sanções contra o Irã, e US$ 100 bilhões (R$ 358 bilhões) congelados são liberados
Sanções EUA mantiveram punições contra organizações e indivíduos acusados de terrorismo, de violação de direitos humanos ou de participação no desenvolvimento de mísseis balísticos, mas não contra o programa nuclear em si
* A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) é uma organização internacional autônoma, com relações diretas com a ONU (Organização das Nações Unidas). É voltada para o uso seguro e pacífico da energia atômica. Ela foi estabelecidade em 29 de julho de 1957 e sua sede fica na cidade de Viena (Áustria).
Questão 1
Sobre o acordo com o Irã, abandonado pelos Estados Unidos no mês passado, é correto afirmar.
a) Apoiado pela ONU e assinado por sete países, ele prevê a suspensão ampla de sanções que incidiam sobre empresas e indivíduos envolvidos em violação dos direitos humanos e práticas terroristas.
b) Impediu o uso de plutônio e reduziu pela metade o número de centrífugas para enriquecimento de urânio.
c) Suspendeu o congelamento de US$ 100 bilhões e liberou o acesso a inspeções a serem realizadas pela Agência Internacional de Energia Atômica.
d) Proibiu integralmente o funcionamento de instalações nucleares no Irã, comprometendo completamente a produção de energia por meio do enriquecimento de urânio.
e) Em razão da necessidade de defesa nacional, o acordo (previsto para durar até 2031) prevê a anistia de indivíduos e organizações que participaram do desenvolvimento de mísseis balísticos.
(texto único, excerto 2 – folha de são Paulo, 9 de maio de 2018)
Depois de repetidas ameaças, o presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta terça (8) a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, concretizando uma promessa de campanha, mas contrariando as vontades dos principais países aliados de Washington.
Desde a campanha à Presidência, Trump vinha chamando de catastrófico, desastroso e insano o pacto firmado há três anos, mas demorou 15 meses depois de sua posse para anunciar a retomada de sanções contra Teerã.
Ele demonstrava contrariedade, entre outros pontos, com o fato de o documento não contemplar o programa de mísseis balísticos do Irã, que continua a operar, nem a intervenção do país persa nas guerras da Síria e do Iêmen.
“Se eu deixasse esse acordo de pé, haveria uma corrida por armamentos nucleares no Oriente Médio”, disse o republicano, em discurso na TV. “Não podemos impedir uma bomba nuclear iraniana com a estrutura apodrecida do acordo atual. Ele é defeituoso no próprio cerne.”
O acerto firmado em 2015 entre EUA, Irã, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia impôs limites ao programa nuclear de Teerã. Como contrapartida, sanções econômicas impostas ao país foram aliviadas, rompendo um isolamento longevo.
O Departamento do Tesouro americano informou que, diante do recuo de Washington, será revogada daqui a 90 dias a licença que autorizava a exportação de aeronaves ao Irã. Em um prazo de seis meses, serão reinstituídas as punições para transações com o banco central iraniano e com determinadas instituições financeiras do país.
Questão 2
Relacione as informações dos dois excertos acima e escolha a alternativa ERRADA.
a) Sem contar com o apoio dos principais signatários do acordo nuclear, Trump justificou a saída dos Estados Unidos alegando o risco de uma escalada nuclear no Oriente Médio.
b) O desembarque dos EUA retomará as punições contra aqueles que mantiverem relações com algumas instituições financeiras iranianas e com o banco central do país persa.
c) A decisão de Trump compromete apenas a economia iraniana, uma vez que não havia interesse comercial direto dos Estados Unidos na suspensão das sanções – prevista no acordo.
d) Trump se opunha ao acordo por não acabar com o programa de mísseis balísticos do Irã nem prever sanções ao país em razão de suas intervenções militares no Iêmen e na Síria.
e) O acordo firmado em 2015 passou a vigorar no ano seguinte e restringe o programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções econômicas contra o país do Oriente Médio.
(texto único, excerto 3 – folha de são Paulo, 9 de maio de 2018)
A decisão dos EUA não significa a extinção do pacto. Mas, na visão de analistas políticos como Tom Nagorski, da Asia Society, um centro de estudos de Nova York, é só uma questão de tempo até os europeus se verem forçados a abandoná-lo.
“Se americanos forem mesmo punir firmas com negócios no Irã [como sinalizado por Trump no pronunciamento], a Europa talvez passe a se preocupar mais com questões da economia”, diz Nagorski.
Para Emma Ashford, analista do Instituto Cato, de Washington, trata-se de uma “vitória de Pirro” para Trump: “Ele cumpre a promessa de campanha, mas joga fora um acordo de não proliferação nuclear que funcionava bem. Há grande incerteza. Ele não tem uma estratégia para depois nem para evitar uma guerra com o Irã”.
O consenso entre analistas é que substituições recentes no gabinete de Trump, que mandou embora há pouco seu assessor de Segurança Nacional e seu secretário de Estado, tenham-no deixado mais confortável para cumprir o que prometera em campanha. O círculo próximo do republicano é cada vez menos moderado.
Um pronunciamento recente do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, jogou ainda mais lenha na fogueira e foi decisivo para o anúncio de Trump, que mencionou o colega de Jerusalém no discurso.
Toda pensada para as câmeras, a apresentação de Netanyahu alardeava o conteúdo de documentos roubados pela inteligência israelense que comprovariam que o Irã estava desenvolvendo a bomba atômica há dez anos.
Embora não haja provas de que Teerã tenha retomado o enriquecimento de urânio desde que foi firmado o acordo, o temor agora é que a decisão de Washington de abandonar a medida reavive os planos do Irã de desenvolver um arsenal nuclear.
O presidente iraniano, Hasan Rowhani, foi comedido em suas reações ao anúncio de Trump. Em discurso, disse que, caso seja possível manter a cooperação econômica com outros aliados que firmaram o pacto, nada deve mudar, mas que o Irã pode reativar seu programa nuclear a qualquer momento.
Especialistas também afirmam que a decisão de Trump pode minar um pacto de desnuclearização com a Coreia do Norte ao passar a imagem de que os EUA não são negociadores confiáveis.
“Será muito difícil firmar um acordo nuclear com outro país quando acabam de anular um pacto que ainda nem completou três anos”, diz Nagorski, da Asia Society.
Questão 3
Com base nas informações e análises presentes no excerto acima (excerto 2, texto único), assinale a alternativa ERRADA.
a) A saída dos Estados Unidos pode ter efeitos negativos nas titubeantes tentativas de acordo nuclear com a Coreia do Norte.
b) Não obstante o tom moderado da declaração proferida por Hasan Rowhani, presidente do Irã, teme-se que o país persa retome seu programa nuclear e venha a construir um arsenal de bombas atômicas.
c) Ao que tudo indica, Trump se preparou para abandonar o acordo com o Irã demitindo altos funcionários de seu gabinete, abrindo assim caminho à decisão, considerada por muitos como demasiadamente drástica.
d) Devido ao peso dos Estados Unidos na economia global, mesmo discordando da decisão de Trump, os países signatários (e a Europa como um todo) provavelmente terão de abandonar o acordo com o Irã.
e) A decisão de Trump foi rejeitada pelos países signatários do acordo e por Israel, que teme o acirramento das tensões no Oriente Médio e uma escalada militar naquela região.
Autor: Professor Eduardo Gramani Hipolide
Neste blog, o Professor Eduardo traz à baila assuntos com alta probabilidade de cair nos ENEM, principais vestibulares e concursos públicos, sendo que, desde 2014, vem esmiuçando as tendências dos principais meios de notícia impressa para trazer, “de mão beijada” as questões de atualidades dos próximos certames, bem como possíveis temas de redação.
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