Por Fábio Matos
Físicos do Experimento NPDGamma do DoE’s Oak Ridge National Laboratory (ORNL) Mediram a interação fraca entre prótons e neutrons no núcleo atômico, esta interação já estava prevista no Modelo Padrão o qual descreve as partículas elementares e suas interacoes. As descobertas foram publicadas no jornal Physical Review Letters (arXiv.org preprint).
Prótons e neutrons são feitos de partículas menores chamadas quarks. Os quarks se juntam devido a interação forte que é uma das quatro forças conhecidas da natureza: força forte, eletromagnetismo, força fraca e gravidade.
“Aulas Particulares de Calculo, Física e Matemática”
(11) 97226-5689 Cel/WhatsApp
(11) 2243-7160 Fixo
email: fabio.ayreon@gmail.com
A força fraca existe nas pequenas distâncias entre os prótons e os neutrons; a interação forte confina os quarks dentro dos neutros e dos prótons.
A força fraca também conecta a rotação em torno do eixo (axial spin) e a direção do movimento das partículas nucleares, revelando como os quarks se movem dentro dos prótons e dos neutrons.
O objetivo do Experimento NPDGamma era isolar e medir um componente dessa interação fraca, qual se manifesta emitindo raios gamma que podem ser contados e analisados com alta precisão estatística,” disse o Dr. David Bowman responsável pela equipe de físicos do ORNL.
O experimento canalizou neutrons frios contra um alvo de hidrogênio líquido.
O aparato foi projetado para controlar a direção do spin dos neutrons em baixa velocidade, virando o spin para cima ou para baixo conforme desejado.
Quando os neutrons manipulados atingiram o alvo eles interagiram com os prótons, dentro dos atómos de hidrogênio líquido, emitindo raios gamma que foram medidos por sensores especiais
Após analizar os raios gamma o Dr. Bowman e seus colegas descobriram a assimetria de violação de paridade, a qual é uma mudança no comportamento da força entre entre um neutron e um próton.
“Se a paridadde se conserva-se um núcleo giraria para direita e outro giraria para esquerda, como se fossem imagens espelhadas, tendo como resultado o mesmo número de raios gamma sendo emitidos para cima e para baixo”.
“Mas, de fato, observamos mais raios gamma indo para baixo, isto nos levou a isolar e medir uma componente da assimetria espelho da força fraca.”
A equipe refez o experimento inúmeras vezes e por aproximadamente duas décadas eles contaram e caracterizaram os raios gamma e coletaram dados a partir de eventos baseados na direção do spin do neutron e outros fatores.
Os resultados preencheram uma parte vital da informação, mas ainda existem teorias para serem testadas.
“Existe uma teoria para a força fraca entre os quarks dentro do próton e do neutron, mas considerando a força forte entre os quarks que se traduz em força entre o próton e o neutron não está completamente compreendida. Então, a força fraca entre os quarks continua sendo um problema não resolvido,” disse W. Michael Snow que é membro da equipe e Professor da Universidade de Indiana.
Ele comparou as medições da força fraca em relação à força forte como sendo uma espécie de indicador, semelhante ao indicador utilizado na biologia quando este, o indicador, revela um processo de interesse sem perturbar o sistema em questão.
“A interação fraca nos permite revelar características únicas da dinâmica dos quarks no interior do núcleo de um átomo”, disse o Professor Snow.
Fonte: Sci-News
D. Blyth et al (NPDGamma Collaboration). 2018. First Observation of P-odd γ Asymmetry in Polarized Neutron Capture on Hydrogen. Phys. Rev. Lett 121 (24); doi: 10.1103/PhysRevLett.121.242002