Reflexão prévia
Analise com atenção as duas charges abaixo. A que elas se referem? Quais as críticas que elas fazem? Sobre quem recaem tais críticas?
(Texto 1 – G1, 6 de dezembro de 2017)
Entenda por que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA é tão polêmico
Decisão foi comunicada nesta quarta-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump: “Meu anúncio marca o começo de uma nova abordagem no conflito entre Israel e palestinos”
Anunciado nesta quarta-feira (6) pelo presidente americano, Donald Trump, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para a cidade são movimentos delicados e que causam muita polêmica no cenário internacional.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.
Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de advertências que a decisão poderia desencadear uma onda de protestos e violência, Trump declarou que adota agora uma nova abordagem, considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região até hoje não foi atingida.
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até o anúncio desta quarta, é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociações de paz.
Histórico
O plano da ONU em 1947 previa a partição da então Palestina em três entidades: um Estado judeu, um Estado árabe e Jerusalém, formando um “corpus separatum” sob regime internacional especial administrado pelas Nações Unidas.
O plano foi aceito pelos dirigentes sionistas, mas rejeitado pelos líderes árabes.
Na esteira da saída dos britânicos da região e da primeira guerra árabe-israelense, o Estado de Israel é criado em 1948, e tem Jerusalém Ocidental instituída como capital, com a parte leste da cidade ainda sob controle da Jordânia.
Israel toma conta de Jerusalém Oriental ao longo da guerra dos Seis Dias, em 1967, anexando o território. Em 1980, uma lei fundamental israelense confirma o status de Jerusalém como capital “eterna e indivisível” de Israel.
Veja abaixo o que alguns atores internacionais pensam sobre a questão.
O que pensa Israel
Nesta terça (5), o governo israelense voltou a reafirmar sua posição: “Jerusalém é a capital do povo judeu há 3.000 anos e a capital de Israel há 70 anos”. Isso vale para toda a Jerusalém, Oriental e Ocidental, cidade “reunificada”.
O que pensam os palestinos
Interlocutora da comunidade internacional e de Israel, a Autoridade Palestina reivindica Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino independente. Já o Hamas, que não reconhece Israel, evoca toda a cidade de Jerusalém como a capital de um futuro Estado da Palestina.
Qual a posição dos EUA
Em 1995, o Congresso americano adotou o Jerusalem Embassy Act (Lei da Embaixada de Jerusalém), com um apelo para que o governo mude a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, “capital do Estado de Israel”.
A lei é obrigatória para o governo americano, mas uma cláusula permite aos presidentes adiar sua aplicação por seis meses. Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama acionaram a cláusula, sistematicamente, a cada seis meses.
A contragosto, Trump fez isso pela primeira vez em junho de 2017, e agora acaba de declarar Jerusalém a capital de Israel, e anunciar a mudança da embaixada de Tel Aviv para lá.
Qual a posição da comunidade internacional
A ONU não reconhece a anexação de Jerusalém Oriental, considerada como território ocupado. Ela declarou a lei israelense de 1980 como uma violação Direito Internacional.
Para o organismo, o status final de Jerusalém deve ser negociado entre as partes.
Em 1980, a ONU fez um apelo, por meio da resolução 478, a todos os países com missão diplomática em Jerusalém para que se retirassem de lá. Treze países (Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Holanda, Panamá, Uruguai, Venezuela) transferiram sua embaixada para Tel Aviv. O Brasil, assim como a maior parte dos países que reconhecem Israel, também mantém sua embaixada em Tel Aviv.
Questão 1
De acordo com as informações do texto acima (texto 1), assinale a alternativa correta.
a) A decisão norte-americana de transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém reitera o fundamento – presente desde a criação do Estado de Israel – segundo o qual a cidade sagrada é a capital eterna e indivisível dos judeus.
b) Ao contrário do governo de Israel, que considera Jerusalém uma cidade indivisível, há entre os palestinos o consenso de que apenas a parte oriental dessa cidade deve ser a capital do futuro Estado Palestino.
c) Não obstante o apoio ao Estado de Israel, sempre houve, entre as autoridades norte-americanas anteriores a Trump, o consenso segundo o qual a verdadeira capital dos judeus é Tel Aviv.
d) Existe uma tendência na comunidade internacional de reconhecer Tel Aviv como capital de Israel, deixando a situação de Jerusalém para ser decidida futuramente entre as partes envolvidas e interessadas (ou seja, israelenses e palestinos).
e) Desde 1967, com a Guerra dos Seis Dias, Israel foi obrigado a reconhecer a divisão da cidade de Jerusalém e a cessão da parte oriental para os palestinos.
(Texto 2 – carta capital, 21 de dezembro de 2017)
Mais de 100 países desafiam Trump e votam contra decisão dos EUA
A Assembleia Geral da ONU aprova resolução que considera sem efeito o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel
Por 128 votos a favor, nove contra e 35 abstenções, os Estados-membros da ONU aprovaram numa sessão de emergência, nesta quinta-feira 21, uma resolução rejeitando a medida dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
No texto, a Assembleia Geral reafirmou que o status de Jerusalém é uma questão que deve ser resolvida por meio de negociações de paz. Além disso, a resolução afirmou que qualquer decisão contrária não possui efeito legal e deve ser rescindida.
Diferentemente do Conselho de Segurança da ONU, nenhum país-membro das Nações Unidas tem poder de veto na Assembleia Geral, cujas resoluções não são vinculativas, mas sim mensagens de peso político.
Uma porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, saudou a decisão da ONU e afirmou que ela representa uma vitória para os palestinos. “Continuaremos nossos esforços nas Nações Unidas para acabar com a ocupação e criar o Estado palestino”, acrescentou.
Em 6 de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e, dessa forma, rompeu com um consenso internacional e desencadeou protestos no mundo muçulmano. Em seguida, vieram ondas de apelos às Nações Unidas.
Além disso, políticos aproveitaram e foram a público defender suas causas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aproveitou para pressionar países europeus a seguir o exemplo dado por Trump. Por outro lado, o governo da Turquia incentivou países muçulmanos a declararem Jerusalém Oriental capital palestina. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu abrir uma embaixada da Turquia no lado oriental da cidade sagrada.
Antes da reunião da Assembleia Geral da ONU, Trump advertiu que Washington observaria atentamente como os países iriam votar, sugerindo que poderia até haver represálias.
“Eles tomam centenas de milhões de dólares – e até bilhões de dólares – e depois votam contra nós”, disse Trump. “Bem, estamos assistindo a estes votos. Deixe que votem contra nós. Iremos economizar bastante. Não nos importa.”
EUA usaram veto no Conselho de Segurança
Na segunda-feira, os Estados Unidos vetaram uma resolução apoiada por 14 países no Conselho de Segurança da ONU, que solicitava que Washington voltasse atrás em seu reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel e na decisão de mudar sua embaixada para essa cidade.
Apresentada pelo Egito, a resolução recebeu o apoio inclusive de tradicionais aliados americanos, como Reino Unido, França e Japão. O texto pedia que fosse rescindida qualquer decisão contrária ao estabelecido pelas Nações Unidas em relação a Jerusalém e solicitava que os países evitassem estabelecer missões diplomáticas na cidade.
Questão 2
Assinale a alternativa que nada tenha a ver com as informações da reportagem acima (texto 2).
a) Antes que a resolução acima mencionada fosse votada, Trump ameaçou os representantes internacionais reunidos na Assembleia Geral com uma possível redução na concessão de verbas norte-americanas à ONU.
b) A resolução aprovada foi comemorada pelos palestinos e recebeu apoio de antigos aliados dos EUA, como Reino Unido e França.
c) A decisão da Assembleia Geral da ONU possui efeito vinculante, levando Trump a rever seu posicionamento a respeito de Jerusalém.
d) A aprovação da resolução denota uma ampla rejeição da comunidade internacional à decisão norte-americana.
e) A resolução da Assembleia Geral possui um valor simbólico. Para que a decisão fosse efetivada, ela deveria ser aprovada no Conselho de Segurança da ONU, onde os EUA possuem poder de veto.
Questão 3
Analise atentamente as charges 1 e 2, relacione seus respectivos conteúdos e assinale a alternativa correta.
a) Ambas as charges se referem à resolução da Assembleia Geral da ONU – sendo que a primeira se coloca a favor de tal resolução, enquanto que a segunda defende a postura agressiva norte-americana na questão Palestina.
b) Enquanto a charge 1 faz uma crítica à ineficácia dos acordos de paz na Palestina, a charge 2 se refere ao perigo que a decisão de Trump representa para o avanço dos mesmos acordos.
c) Ambas as charges se referem à política de Estado norte-americana em relação à Palestina – sendo que a primeira enfatiza a questão da transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, enquanto que a segunda critica as ações militares dos Estados Unidos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
d) A charge 1 se refere à política israelense em relação à cidade de Jerusalém, mas nada diz sobre a decisão de Trump; já a charge 2 diz respeito exclusivamente aos riscos que a transferência da embaixada estadunidense para Jerusalém representa.
e) Ambas as charges se referem à decisão norte-americana de transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém e evidenciam os riscos dessa decisão no processo de paz entre palestinos e judeus.
Autor: Eduardo Gramani Hipolide
“Aulas Particulares de Calculo, Física e Matemática”
(11) 97226-5689 Cel/WhatsApp
(11) 2243-7160 Fixo
email: fabio.ayreon@gmail.com